Débora Futebol Clube
NA TERRA DOS SONHOS DE UMA CRIANÇA…
…encontrar o ídolo, o super-herói, é uma das coisa mais importante do mundo.
Sei disso porque mesmo não sendo mais criança, passei por essa fase de amar, idolatrar alguém que fizesse algo que eu achasse o máximo.
Esta foto foi registrada em uma manhã de sábado, no Beira-Rio. Esse pequenino é o Victor. Há tempos ele falava, falava, falava…no Clemer, o goleiro colorado.
Com 5 anos, chorou sozinho em 2006, quando ouviu no rádio que o jogador seria vendido… estava inconsolável por gostar de alguém e ter que ficar longe desse alguém…
Morador de Novo Hamburgo, cansou de me entregar desenhos em folhas de ofício com aqueles bonecos feitos de palitinho e uma bola vermelha perto do pescoço, feito de lápis de cor. Pra ele, era o símbolo do Inter na camisa do seu jogador preferido.
No dia da visita, retribuindo aos desenhos enviados e ao carinho recebido por um toco de gente, Clemer não fez por menos… deu uma luva de presente para o alemão de butucas azuis sem imaginar o turbilhão de emoções em que se transformaria aquele pequeno coraçãozinho que estava apenas começando a saber o que é amar…
Depois disso…. a luva virou parte do corpo, assim como pernas, braços e pescoço. A luva estava naquela pequena mãozinha depois, no almoço, no shopping, num aniversário que ele foi de tarde, na hora de dormir e…até na missa… até que sua mãe teve que escondê-la…e vai ser assim até que ele perceba que o presente de Clemer é uma peça rara em sua vida, e que, o momento acima, viraria histórico para uma vidinha que estava apenas começando.
No jogo contra o Goiás, o último do brasileiro de 2006, Victor entrou em campo com os jogadores. Na derrota por 4 a 1, Fabi, mãe dele, escreveu:
“Sábado fui ao jogo com os guris, Victor entrou em campo, depois fomos para a arquibancada, tudo tranquilo até o Clemer não querer a barreira, e tomar um gol. A torcida se enfurece com o ídolo do Victor, por que foi acontecer isto. O guri começa chorar desesperado, me assusto, pergunto o que aconteceu e ele me responde:
– Mãe pq eles falam assim do Clemer, eu não gosto.
Tentei contornar a situação, mas não teve jeito tive que abandonar o campo e ir embora antes do final do jogo.
Voltei para NH com uma certeza.
Quando se admira, se gosta, se respeita, não importa as falhas, não importam os erros o ídolo vai continuar sendo ídolo, e eu fico muito tranquila por ele ter um ídolo com todas as virtudes do Clemer ele não é só um EXCELENTE goleiro, que como todos os outros tem falhas, ele é um ótimo profissional, e é isto que realmente importa.
OBRIGADA CLEMER POR SER O ÍDOLO DO MEU VICTOR.”
Depois da conquista do mundial, Fabi, voltou a escrever:
“Podem se passar 100 anos nunca mais vou esquecer a cara do meu filho, depois da conquista do Campeonato Mundial, me dizendo:
-Viu mãe o Clemer defendeu todas, ele nem é frangueiro como eles dizem.”
Tá vendo só gente! Como em cada casa, tem um amor, um carinho, dedicado a algum nome, de algum time?!?!?
É o futebol, e a sua bola que rola e faz vibrar…………e amar!!!
Doze anos depois e hoje aquele pequeno é esse grandalhão aí, maior que o Clemer. Mas não maior que a admiração pelo Clemer.
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